segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


Me lembro de quando tu me mandou embora... Tu me trancou para o lado de fora no dia em que o céu chorava como se amasse, e não fosse correspondido. Chovia em nós dois. Mais em mim. Chuva não pede licença pra chegar. Não bate na porta. Não aceita o desaforo de ser trancada para o lado de fora. Entra mesmo pelos furos no telhado. Chuva não cai. Invade. 
 Meu bem, eu quero ser chuva. Só pra nublar seu céu. Pra tampar seu sol. Entrar pelas feriadas que tu não me deixou curar. Inundar-te. Ser o barulho dos pingos nas vasilhas de alumínio, que não te deixam dormir. Eu vou chover, até tu se render, e sair pra se molhar.

sábado, 19 de janeiro de 2013


Deixa eu mergulhar,
Nos teus olhos de sondar almas, que me sugam,
Olhos de câmera fotográfica,
Olhos de ressaca
Olhos de engolir a fala,
que fitam o nada.
Tão 'Obliqua e dissimulada'
Deixa eu mergulhar nestes teus olhos que falam.
que me enganam,

Olhos de abismo
Olhos insanos
Me deixe aqui te olhando
Com meus olhos de cão sem dono.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

La vie est un vin pas cher



Se tu me visse agora, certamente não duvidaria do que dizem por aí. A vida, é sim como um vinho barato, ainda que eu beba continuo sóbria, e esse gosto de tempo perdido já não me sai da boca.
 Ah, como eu gostaria de acreditar no que dizem os finais dos livros, mas a vida, forma e deforma a gente, amour.

RECORDAR:



 Do latim re-cordis, voltar a passar pelo coração. 

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

domingo, 30 de dezembro de 2012

L'amour, la mort




Tu chegava as 3 da manhã, terrivelmente bela, trazendo todo seu desalinho. Despejava teus rios sob mim, e eu me lembrava que tu tem sim, certo gosto de lagrimas.
 Eu me afogava em você, te olhava. E enquanto eu morria, tu dizia que me queria por que era errado.
 O dia nascia em sobressalto, e tentava entrar pela janela que tu fechava, para poupar os cômodos da luz da manhã. Tudo era soturno. A Janis, que berrava seu blues no som, me causando arrepios.
 Tu, que se jogava  no chão da sala, terrivelmente embriagada.
 Eu, que sem temer o que havia no fundo daquele rio gelado, mergulhava. Sem temer o que havia por vir, ficava.
 Eu sempre ficava, como quem não se importa com a dor, como quem deseja morrer de amor.